quinta-feira, 26 de junho de 2014

Sentido da vida

Uma reflexão bastante profunda e longa atirou-me de novo para os confins do meu cérebro e vasculhando forte e feio nele, fez-se luz. Não porque acendi a luz do meu quarto, mas porque descobri o sentido da vida.
E a resposta é: Epá depende. E é assim mesmo. Não é cá esses filósofos que andam aí com respostas inconclusivas e que não dão jeito nenhum. Mas é mesmo verdade, o sentido da vida depende da ocasião.

Ora bem, a primeira vez que eu descobri o sentido da vida fiquei entusiasmadíssimo, de facto foi magnífico e não havia palavras para descrever o que sentia porque ia ser o meu primeiro 20 a física. A pergunta era: Caracterize o seguinte vector. E eu sabia que tinha de dizer a sua direcção, ponto de aplicação, intensidade e sentido. E aí está, sentido! Realmente era da esquerda para a direita, e portanto naquele momento, o sentido da minha vida era da esquerda para a direita. Porquê? Porque naquele momento, eu, como ser possuídor de vida a efectuar um teste de física, teria de constantar que o sentido de todas as coisas à minha volta e também o meu próprio sentido era da esquerda para a direita. Caso contrário, não teria a resposta correcta.

Contudo, o sentido da vida não é um assunto tão simplista que possa ser traduzido apenas no sentido "esquerda para a direita". Como eu disse, ele depende. Como é óbvio, o sentido da minha vida quando estou a ir para S. Sebastião ou a ir para o Aeroporto de Lisboa difere, pois claro que difere, especialmente se estiver na linha vermelha do metro de Lisboa. Para quem assista ao meu trajecto do google maps, qual Deus que vê tudo numa perspectiva verticalíssima relativemente ao solo terrestre (o que deve ser extremamente divertido), vê que quando eu me desloco para São Sebastião no metro vou da direita para a esquerda e para o Aeroporto da esquera para a direita. E até de vez em quando faço uma diagonalzinha e depois fico até de baixo para cima ou de cima para baixo.

Toda esta questão do sentido da vida nem universal é, porque, por exemplo em Inglaterra, enquanto que na faixa da esquerda todos andam, vanos dizer, da esquerda para a direita, em Portugal e na maior parte dos países da Europa seria ao contrário no mesmo troço de estrada, porque temos o volante do lado esquerdo. Por isso é que os ingleses andam aí a comer batatas com vinagre e coisas do género, uma vez que para eles o sentido da vida é outro, nomeadamente comer comida que não sabe bem é um dos sentidos de vida desses indivíduos. Nada a contestar, porque isso só afecta a vida deles. O problema é quando outras pessoas têm sentidos de vida nos sítios errados, e depois acontecem enormes desastres quando, a título de exemplo, alguém entra em sentido contrário na auto-estrada. Sentidos de vida opostos podem resultar até em situações perigosíssimas que podem inclusivamente levar à morte. E tudo porque esse senhor que entrou em sentido incorrecto não emigrou para a Inglaterra em tempo útil.

Todavia, além destes que têm sentidos de vida opostos que tornam algumas situações um pouco mais delicadas, também há aqueles que só ignoram o seu sentido de vida. Muitas vezes no autocarro e no metro, vêem-se pessoas sentadas de costas para o sentido do movimento, ignorando total e completamente o rumo da sua trajectória. Por isso é que muitas vezes, as velhinhas dos autocarros teimam em sentar-se nestes lugares, com o pretexto de ficarem maldispostas. Mas não é nada disso, elas não querem é voltar costas ao sentido da sua vida, e não o proferem porque este tema infelizmente ainda é um grande tabu na sociedade portuguesa.

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