Mais uma vez mudámos de ano e fez-se a festa espalhafatosa
habitual deste novo ciclo de 365 dias que vai começar. E continua-me a
surpreender todos os anos. Eu já falei num texto sobre isso, mas nunca é demais
relembrar que a celebração da passagem de ano, é de facto um evento
interessantíssimo.
Wuhoooo!!! Mudámos de ano!! 2015!!! Brutal!!!
Porquê? O que é que isso tem de tão brutal?
Bom, para mim celebrar a passagem de ano é o equivalente a uma mosca celebrar a
passagem de hora, e para uma tartaruga a passagem de lustro (5 anos). Mas é
claro que ninguém se questiona, afinal isto é normalíssimo. Se eu visse alguém
a lançar foguetes ao ar porque passámos de fevereiro para março teria de achar
normalíssimo, já que toda a gente faz o mesmo, mas numa escala de tempo um
pouco maior.
Porém, não é isso que me traz ao blogue hoje.
Podiam achar que tal razão por si só seria digna do merecimento da minha
atenção (e de facto já foi), contudo, há uma razão muito melhor para eu
escrever este texto. E que quando eu penso no assunto, é inevitável soltar
aquele esboço de sorriso, dado o nível de ridicularidade da situação.
Refiro-me pois claro, aos típicos desejos
proferidos, aquando desta quadra. Comecemos por:
Boas entradas!
Era mais a este pequeno conjunto de duas
palavras que me referia quando disse que esboçava um sorrivo. Mas nele
realmente, está contido um nível indescrítivel de conteúdo sem nexo.
Analisando cuidadosamente esta expressão, que
abala qualquer um que a tenta decifrar, podemos começar por tentar perceber o
que serão estas entradas.
Ora, assim o que me ocorre à primeira é pão
com manteiga e umas azeitoninhas, mas duvido que seja isso. Relacionando com o
tema do ano novo... será realmente entradas em 2015. E reparo que são entradas
no plural, e não uma única entrada. Colocam-se então à partida duas questões:
- O que se entende por entrar num espaço
temporal implacável, designado de novo ano?
- Ai isto agora entra-se mais do que uma vez?
Entrar no ano novo para mim não foi
complicado, mas pode, de facto, haver a possibilidade de uma pessoa se aleijar
ali com rolhas de champanhe e tal. Ou até tropeçar num fogo de artifício. Ou
engasgar-se numa fartura no terreiro do paço. Ou ferir a vista ao olhar para a
lua cheia. Ou beber muita água de uma vez e depois ter de ir à casa de banho 5
vezes num minuto. Mas regra geral, isto pode acontecer a qualquer outra altura.
Além disso, só entrei uma vez em 2015,
portanto muito obrigado por me desejarem umas boas múltiplas entradas, mas só
usufruí de uma. O vosso excesso de bondade ficou um pouco por terra. Fica para
quando tiver uma máquina do tempo e desate a viajar entre as 23:59 do dia 31 e
as 00:00 do dia 1 repetidamente. Obrigado na mesma.
E ainda há outro ponto que ficou por abordar:
Obrigadinho por omitirem os desejos para as minhas saídas e partes intermédias
do ano. Quer dizer, desejam-me boas entradas sim senhor, mas sei lá eu, se lá
para convosco me desejam umas más saídas e umas horríveis partes
intermediárias! Também vai depender muito da vossa definição de entrada.
Tanto
pode ser o primeiro segundo como os primeiros 364 dias, 23 horas e 3599
segundos, sobrando apenas 0,5 segundo para partes intermediárias e 0,5 para
saidas. E passo ali 1 segundo mal, mas mesmo com aquelas saídas horripilantes e
partes intermediárias que até aleijam.
Mas se é para isso, desejem bom ano se não
querem que as pessoas passem um mau bocado nessas partes finais, que assim ao
menos, todo ele é bom!
E com isto chegamos a mais um típico desejo de
ano novo, o bom ano. No fundo, ao desejar bom ano a alguém estamos a desejar
que tudo nesse ano corra bem a esse indíviduo. Todos os eventos da vida desse
ser ao longo do ano vão estar ao abrigo deste desejo.
Portanto, se este tiver
por exemplo um teste no dia 2 de janeiro (para efeitos de clareza da ideia,
coloquei a data muito próxima do dia 1, poderia ser qualquer dia, na verdade),
e nós lhe desejarmos boa sorte para esse teste, ele vai ter o dobro da sorte
desejada por nós, o que é bastante simpático da nossa parte.
Ainda lhe podemos
desejar também um bom mês, um bom dia 2 de janeiro, um bom início tarde (que
englobe até para aí às 17) umas boas 15 horas da tarde (hora do teste). Assim
passa a ter 6 desejos para o teste lhe correr bem, não há como falhar.
Além disso, estes desejos de bom ano, são
cansativos e nunca ninguém se lembrou que com um simples desejo, passamos a poupar
estes desejos anuais consecutivos. Basta proferir: Boa vida, e todos os anos a
partir dali ficarão incluidos! No fundo, ao dizer bom ano, todos os anos,
estamos simplesmente a desejar uma boa vida às prestações. Mas cuidado que as
taxas de juro andam altas.
Bom minuto pós-leitura deste texto!
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