segunda-feira, 27 de abril de 2015

Validação do título da Carris a validar nos validadores responsáveis pela validação



Eu tenho uma coisa a dizer. É verdade. E é sobre a carris, essa companhia de transportes tão magnificamente competente que faz tudo tão bem, e chega a horas, e não faz greves à parva, e nem tem processos de validação de passe totalmente idiotas.

Bom, parece que fui rápido a chegar ao ponto fulcral: o método de validação à entrada dos passes e dos bilhetes de transporte por parte da carris. Refiro-me, é claro, àquelas maquininhas que apitam e tal. Procede-se primeiramente ao encostamento do título de tranporte ao aparelho, pelo que ele responde com um apito de aprovação “PI!”, ou com um apito de grande repreendimento, semelhante a uma andorinha com prisão de ventre “PIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!”. Penso que se trata de um método extremamente eficaz, tirando as vezes em que não é extremamente eficaz. Vou fazer agora um levantamento das vezes em que não é eficaz... (pensando fervorosamente)...já está: sempre.

E passo a explicar o porquê desta ineficiência absurda. A grande razão por detrás disto é o evidente domínio de seres denominados de “velhas” nos veículos da Carris. Ora, estes seres adoram estas máquinas, que por vezes até parece que têm uma espécie de relação amor-ódio com estas. Para além de sempre se apresentarem com uma mala de 3 metros cúbicos de volume (que é muito, para quem não está a par de unidades SI) e passarem-na no tal aparelho, que às vezes se assemelha à tal andorinha que tem prisão de ventre, na esperança que o passe esteja no lado da mala que faz contacto com o validador. Quando corre mal, dá vermelho, mas elas são persistentes, continuam a tentar, balbuciando alguns impropérios velhais(ver abaixo) para o lado. E dá vermelho outra vez. Porém não há problema, elas tentam mais uma vez. À terceira dá verde, fantástico. Resultado deste acontecimento que dura talvez mais de 10 segundos: Uma fila de pessoas na porta de entrada e um motorista a ver se ainda consegue fechar as mesmas e arrancar. E mais um facto interessante é que, de facto, o motorista não controla quem está ilegal, pois isso é trabalho dos chamados “picas”. Até o motorista assim o pensará. 

Então recapitulando, porque é que é que foi necessário esta senhora passar o seu passe 3 vezes na máquina do inferno? Pura diversão.

Gosto da sua insistência contudo. Vêem que estão a bloquear a entrada e a formar fila atrás, mas lá continuam firmes e seguras, sem medo, valentes. Têm mesmo de passar o seu passe, não vá ela ficar de consciência intranquila por não ter validado. Pode ser terrível, ficarem a remoer nas suas cabeças:

 - Ai meu Deus que eu não validei, será que Deus me castigará com mais uma hérnia? Ou desta vez serão varizes na perna esquerda? Ou agravamento das varizes na direita? Ou será pedra nos rins? Ai que eu devia ter passado o passe...

Parecendo que não, desperdiça-se aqui tempo, por mim estimado na gama dos 10 segundos. Estes 10 segundos repetidos em 10 paragens entre outros imprevistos, já dá mais de 1 minuto, suficiente para quebrar o horário mencionado nos horários previstos nas paragens. No fundo, é totalmente inútil validar o passe. Na verdade nem sei porque lhe chamam “validar”, porque válido já ele está porque o paguei, não porque o passei numa maquininha idiota sempre que entro num veículo. 

Mas ainda me falta referir um categoria de velhas validadoras. Aquelas, que vão para o seu lugar com um ar apressado, revolvem a sua mala e a sua carteira na busca do documento sagrado, e voltam à entrada, só para cumprirem o dever de cliente da Carris de validadora orgulhosa. É caso para dizer, mais valia estar sentada, porque as vantagens que essa subida no terreno lhe deram são iguais ao número de velhas que perdem as tardes da Júlia: zero!

E quando os revisores entram para verificar se toda a gente se encontra legal? Não vai acusar que eu sou um ilegal porque não passei no validador. Vai acusar que eu sou legal, porque eu paguei para ter um título válido por 30 dias. Está para chegar o dia em que um revisor se dirija a mim e me obrigue a pagar uma multa, porque apesar de ter pago o passe, tive a pouca decência de não validar à entrada! Realmente um escandâlo! Estes marotos que nem validam à entrada! Pagar 40€ por um passe não me diz nada, nem é suficiente, há que efectuar o encosto à máquina!




Impropérios velhais – todo aquele impropério, que na realidade não fere a susceptibilidade de ninguém pois não possui nenhuma palavra grosseira, mas faz referências muitas vezes a uma tal “nossa Senhora” e outras referências religiosas, misturadas com expressões dos anos 70 (exemplo: Valha-me nossa Senhora, isto hoje está bera, xiça!)

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