quinta-feira, 10 de junho de 2010

Mesmo que não gostem do futebol vão ver um joguito

Epá desculpem lá o texto completamente fora de contexto mas é só porque isto foi escrito dia 9 de fevereiro de 2010, quando o benfica goleou o sporting por 4-1 em alvalade.


Como todos sabem, ontem ocorreu uma meia-final da taça da liga de futebol entre o benfica e o sporting. Como bom adepto que aprecia um bom espectáculo, fui assistir esse jogo promissor ao vivo. Isto é sempre bom para um indivíduo alargar os seus horizontes e observar atentamente as situações que potenciam a noção geral da situação actual. Se pensam que vivemos numa sociedade civilizada, experimentem só deslocar-se a um estádio de futebol num dia de jogo importante. Perdem a confiança na humanidade e antecipam o fim do mundo para o fim deste ano: a 2012 não chegamos. Mas é sempre bom para o tal enriquecimento do cidadão.
Neste jogo, tive a oportunidade estar lado a lado com diferentes tipos de ser humano, tanto ali da ralé, mesmo a bater no fundo, como do povo nobre, ambos sportinguistas. Com o conhecimento que adquiri ontem poderia efectuar um livro bem pujante em tamanho com o seguinte título: “Síntese da asneira e boca para árbitros que estejam a actuar mal e porcamente, versão 2”. A ralé actuou bem e esteve presente em todo o jogo com as suas mais belas ofensas, e mais especificamente, um membro desta esteve em grande destaque. Tive vista privilegiada deste ser, sorrateiramente atrás. O povo nobre teve apenas um grande momento, pleno de emoção.
5 minutos de jogo, o árbitro mostra um vermelho a João Pereira do sporting. Libertação da raiva animalesca pela parte da ralé, início dos insultos em grande escala e do treino de prácticas desportivas alheias ao futebol, nomeadamente boxe, tomando a cadeira como adversário. Tremeliques no povo nobre. Na sequência da falta é golo para o Benfica. Explosão de raiva animalesca pela parte da ralé, desencadeando uma cena de agradável pancadaria devido a um festejo de infiltrado benfiquista, onde tentaram mesmo remover a camisola a este. Este episódio foi estranho. Quer dizer, um indivíduo leva uma camisola do clube adversário ao da casa, festeja quando é golo, e o que é que acontece? Uma demonstração de homossexualidade monstruosa, aliada a um espiríto selvagem bastante sensual, obrigando o benfiquista a fazer um strip rápido parecendo mesmo que querem apressar muito qualquer coisa de interessante.
Povo nobre chora e tenta impedir as agressões referindo que é uma vergonha e que só subvaloriza o público leonino. Membro aleatório da audiência afirma que se fosse com a esquerda acertava com mais força no lampião. Muitas palavras ausentes de beleza dirigidas ao árbitro continuavam a ser proferidas.
Após este primeiro golo, a reacção chocante de festejar dos infiltrados benfiquistas no meio do imenso mar verde e após a pancadaria, voltou tudo à calma e tranquilidade anterior, com o quádruplo da tensão a tentar ser controlada. Deu para perceber o sinal, aquilo tinha sido só a primeira ronda da final nacional de kickboxe, e estavam unicamente a voltar para os seus cantos, colocando água desenfreadamente nas feridas expostas e ouvindo palavras de encorajamento dos treinadores. Também deu para tirar umas notas de “o que não fazer quando se está ao lado de um número elevado de sportinguistas enfurecidos”, nomeadamente, festejar um golo do Benfica.
O jogo prosseguiu, agora com insultos mais ofensivos e com uma maior frequência ao árbitro.
2º golo do benfica. Olham todos para trás buscando qualquer coisa de violento, de seguida viram-se de novo para a frente, desiludidos. Contenção dos infiltrados.
- Pois, agora não festejam não é? Caladinhos que assim é que é bonito – disse acenando afirmativamente com a cabeça e com o seu cachecol do sporting ao pescoço. Segundo membro de grande destaque por parte da ralé revela-se mal encarado, o resultado está a fazer-lhe a vida em tons de negro. Escuso de dizer que os insultos ao árbitro continuaram porque isso é o pano de fundo do espectáculo, posso apenas dizer que variavam pouco, e ainda por cima, nem eram originais nem novos, já os sabia todos.
Segue, e o sporting marca, festejo previsível dos adeptos fervorosos do clube. A vela da esperança acendeu-se com um isqueiro semi-estragado. 2-1 no resultado e o intervalo chega sem querer, grande hipótese para acalmar as tensões mandando para o ar mais ofensas e alguns objectos. Foi claramente o momento mais pobre no que toca a enriquecimento interior uma vez que os adeptos saíram todos dos seus lugares, e estava era ansioso pelo começo da 2ª parte. Após uma gigante espera de 15 minutos, voltaram todos para a acção, um pouco mais calmos, apenas sussurando palavras não bonitas.
O 2º tempo tem início e concentra todos os olhares. Festival de cartões, até um suplente leva vermelho. O 3º terceiro golo do benfica já deixa poucas dúvidas acerca do vencedor. Os insultos ao longo da 2ª parte foram diminuindo a sua frequência mas aumentando a sua intensidade e duração, e eram mais originais, no intervalo devem ter dado uma vista de olhos pela obra: “ Síntese da asneira e boca para árbitros que estejam a actuar mal e porcamente versão 1”. Estes indivíduos também já mandavam as suas típicas refilices de arbitragem: “É sempre a favor do Benfica, não há nada a favor do Sporting”. Pois é, um autêntico roubo para o sporting tal como aquele antigo jogo:
- Eia lembras-te daquele jogo no outro dia em que fomos roubados que nem sei lá o quê?
- Não, só houve uma faltinha da treta mal assinalada para o adversário e para nós houve 40 penalties que não eram penalties, 25 mãos não marcadas e 13 foras de jogo não assinalados que resultaram em golo.
- Ah foi? Ah devia estar em modo fã calhau.
As insinuações de corrupção por parte do Benfica entram em jogo. A ralé discute-as, nem ligando ao jogo:
- Isto desde o vale e azevedo até agora é uma vergonha! Todos uns ciganos!
- O Pinto da Costa ao lado deles é um anjinho!
Claro, e tu ao lado de um cidadão bem formado és um babuíno retardado!
O belíssimo 4º golo do benfica acaba com quase tudo, marca o abandono parcial do estádio mas a situação prometia. Acaba o jogo e abandono igualmente o recinto. As tensões tinham de ser obrigatoriamente aliviadas, não se sabia era onde, porém perceberam todos no momento a seguir, campeonato de vale tudo às portas do estádio com alguns indivíduo a tentar fugir. E vai um pontapé de direita com grande potência, seguindo-se um potente soco de esquerda e algumas fugas. Rapidamente me apercebi que ir a grande jogo de futebol é a mesma coisa que ir a um evento multidesportos. Temos o taekwondo entre os próprios jogadores, o boxe e o kickboxe a nível do público durante o jogo. No exterior, depois do jogo, campeonatos de vale tudo com atribuição de medalhas pela PSP, 100 m e 3 000 m para as fugas de sprint e resistência e 110 m barreiras para saltar por cima dos feridos da batalha campal.
Deixo um sério apelo às idas aos estádios de futebol, porque mesmo que não gostem do futebol, têm sempre outras modalidades que são interessantes de ver e sempre ficam mais informados sobre o mundo.

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